Tardes de fim-de-semana, na nossa casa de Benfica, quando o meu tio ia lanchar connosco e o meu pai fazia magia. Ao sábado ia à praça e comprava caracóis, às vezes dava-me um que eu punha numa caixa com alface por baixo e que invariavelmente não lhe acontecia nada, não saía da casca, não comia alface. Nada! Devia morrer com falta de ar. Mas o importante era o petisco de Domingo. Há muitas histórias na nossa família com os caracóis: há a senhora que fez ferida nos cotovelos com o molho dos caracóis e há o dia em que os caracóis decidiram fazer turismo na nossa varanda. Só muito mais tarde é que eu soube que nos cafés também se faziam caracóis. Mas o que interessa é a receita.
Ingredientes:
caracóis, sal, alho, piri-piri, orégãos, um caldo Knorr.
Em primeiro lugar há que lavá-los: deitam-se os caracóis no lava-loiça e esfregam-se bem com muito sal. Depois, vai-se juntando água e continuam-se a esfregar os caracóis até que eles percam a nhanha, mudando sempre as águas. Quando estiverem lavados, colocam-se os caracóis num tacho cobertos de água fria. E espera-se duas horas. Depois há que ser matreiro: põe-se os caracóis ao lume muito brando, para eles se sentirem confortáveis com o calorzinho e irem saindo das cascas. Deixa-se ir cozendo em lume brando, aproximadamente 15 minutos e aí junta-se o sal, o alho, um caldo Knorr, os orégãos e o piri-piri a gosto. Deixa-se apurar mais uns minutos, ou até estarem cozidos e serve-se com cerveja bem fresquinha e convivas bem humorados.
Sem comentários:
Enviar um comentário